Até o século XIX
Portugal foi a porta de entrada para a maior parte das influências que
construíram a música brasileira, erudita e popular, introduzindo a
maioria do instrumental, o sistema harmônico,
a literatura musical e boa parcela das formas musicais cultivadas no
país ao longo dos séculos, ainda que diversos destes elementos não fosse
de origem portuguesa, mas genericamente europeia. A maior contribuição
do elemento africano foi a diversidade rítmica e algumas danças
e instrumentos, que tiveram um papel maior no desenvolvimento da música
popular e folclórica, florescendo especialmente a partir do século XX. O indígena praticamente não deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros do folclore, sendo em sua maioria um participante passivo nas imposições da cultura colonizadora.
Com o importante influxo de elementos melódicos e rítmicos africanos,
a partir de fins do século XVIII, a música popular começa a adquirir
uma sonoridade caracteristicamente brasileira. Na música erudita,
contudo, aquela diversidade de elementos só apareceria bem mais tarde.
Assim, naquele momento, tratava-se de seguir - dentro das possibilidades
técnicas locais, bastante modestas em relação aos grandes centros
europeus ou mesmo em comparação com o México e o Peru - o que acontecia na Europa e, em grau menor, na América
espanhola. Uma produção de caráter especificamente brasileiro na música
erudita só aconteceria após a grande síntese realizada por Villa Lobos, já em meados do século XX.
Música Indígena (época do descobrimento do Brasil) - A música dos indígenas, antigos habitantes do Brasil, era acompanhada de coros e danças, o estilo mudava de tribo para tribo.
Música Africana - Em
1538 chegaram os primeiros africanos ao Brasil, os escravos, trazendo
consigo seu idioma, cultura e música (como o candomblé, por exemplo), e
em 1630 continuou sendo preservada pelos Quilombos, o que mais tarde
geraria a música afro-brasileira como o afoxé, jongo, lundu, maracatu,
maxixe, samba e outros gêneros futuros.
Música Católica -
Chegou ao Brasil com as missões jesuítas, de ensinar o catolicismo aos
indígenas, ensinando também a música européia e apresentando-lhes seus
instrumentos.A partir dos rituais religiosos das missões jesuítas nascem
os primeiros cultos folclóricos populares dos habitantes locais como o
bumba meu boi, por exemplo.
Música dos Barbeiros -
Em meados do século XVIII, surgem, no Rio de Janeiro e Bahia, as
lendárias e divertidas músicas de barbeiros.Segundo estudiosos, essa
seria a primeira verdadeira manifestação de uma música popular
brasileira.Eles interpretavam – muito à sua maneira livre – fandangos,
dobrados, quadrilhas, lundus e polcas num repertório bem diverso.
Modinha -
Em 1750, nasce um importante gênero músical, a modinha. De origem
portuguesa, com aspéctos melódicos e românticos foi de grande
influência, até a Nova República, no início do século XIX.
Lundu - Surgiu em 1780, é um dos gêneros musicais que mais tarde daria origem ao famoso Samba, trazido dos escravos do Congo e Angola.
Polca -
No dia 3 de julho, é apresentada pela primeira vez a polca, no Rio de
Janeiro, dança rústica da Boêmia. Depois da apresentação brasileira, a
polca vira a nova febre carioca. Além de dança de salão, o gênero invade
teatros e ruas, tornando-se popular através dos próximos grupos de
choro e grupos carnavalescos .
Rancho carnavalesco - Em
1870 surgiu no Rio de Janeiro o primeiro rancho carnavalesco. A partir
de então, esboça-se os primeiros traços do samba através do batuque de
origem africana.
Ópera no Brasil - O
maestro-compositor brasileiro paulista Carlos Gomes (1836-1896) compõe a
ópera O Guarani, baseado na romance de José de Alencar.Com ela, pela
primeira vez, nascia o Brasil para o mundo musical. Carlos Gomes foi,
sem dúvida, o maior compositor das Américas no século XIX.
Maxixe - Surgiu
em 1875, foi a primeira dança de par e gêneros musicais modernos
brasileiros. É uma mistura do lundu (e foi tão polêmico quanto) com o
tango argentino, a habanera cubana e a polca.
Choro - Surgiu
em 1880, no Rio de Janeiro, através de pequenos grupos intrumentais. As
festas das quais os chorões participavam já eram chamadas de pagodes.
Esta é também a época das serenatas de fins de noite.
Frevo -
Originário do Recife, Pernambuco, surgiu em 1890, um dos gêneros
musicais mais importantes do Brasil. O frevo nasce da polca-marcha, o
ritmo é frenético e contagiante, de coreografia individual improvisada e
inspirada na capoeira, apoiada no uso de sombrinhas e guarda-chuvas.
Marcha Carnavalesca -
Em 1899 a pioneira compositora carioca de classe média Chiquinha
Gonzaga (1847-1935) – a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil
(em 1885) –, compõe a primeira marcha carnavalesca da história da música
brasileira chamada Ô Abre Alas, um enorme sucesso e de grande
influência na música popular brasileira.
Sertanejo - Em 1914, se
popularizou a música sertaneja nas classes média e alta. A música
sertaneja poderia também compreender o xaxado, o baião e toda
manifestação musical das regiões Norte-Nordeste.
Samba -
Em 1917 Considerado o nascimento oficial do samba. Este típico samba
carioca, que mistura maxixe com frases rítmicas do folclore baiano, mais
tarde espalha-se pelo Brasil e domina o carnaval.
Villa Lobos -
Em 1938-45 período em que o compositor e regente Heitor Villa-Lobos
(1887-1959) compõe a Bachiana no. 5 – da célebre série de 9 – para canto
e orquestra de violoncelos, sendo esta a mais admirada e tocada de
todas, tendo sido, por vários anos, um dos discos mais vendidos nos
Estados Unidos, Villa-Lobos é considerado o mais importante gênio
musical do continente, no século XX.
Baião -
Em 1946 a música Baião, do pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) – com
letra de Humberto Teixeira –, desponta de Norte a Sul do país com a
força de um novo estilo musical revolucionário urbano derivado da música
de raízes rurais e folclóricas nordestinas.
Rock'n'Roll -
Em 1955 com fortes ecos dos Estados Unidos e Inglaterra, o Rock'n'Roll
aterrisa incipiente no país através de versões, quando Nora Ney grava a
versão Rock Around The Clock. A primeira grande estrela do gênero é
Celly Campelo (1942-) com os hits Estúpido Cupido e Banho de Lua já no
início dos anos 60. O Rock'n'Roll populariza-se com outras versões de
sucessos norte-americanos.
Bossa Nova - Em
1958, com a canção Chega de Saudade (Antonio Carlos Jobim e Vinícius de
Moraes), gravada por Elizeth Cardoso é inaugurada oficialmente a bossa
nova.
Música Popular Brasileira - Em 1960 surge
o termo MPB – Música Popular Brasileira.De década a década, o termo MPB
mudaria sua abrangência de estilos e ampliaria seu significado.
Funk - Em
1970, surge no Rio de Janeiro um fenômeno que se caracterizaria como
tipicamente carioca – os bailes funk.Os bailes da pesada, como eram
conhecidos, foram espalhando-se para os clubes do subúrbio. Com a
proliferação de uma multidão de dançarinos populares adeptos do
movimento, trajados com roupas black de ocasião, cabelos afro, sapatos
plataforma coloridos.
Rock Pop - Em 1980-87, em
busca de novas alternativas musicais parte da elite da juventude
brasileira de classe média provoca uma nova onda de rock e pop apoiada
no movimento pós-punk new wave, que domina totalmente o cenário musical
nacional. Daí, surgem Titãs, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana (Renato
Russo), Barão Vermelho (Cazuza e Frejat), RPM (Paulo Ricardo), Ultraje a
Rigor, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Lobão, Biquini Cavadão, Ratos
de Porão (João Gordo), Inocentes e outros.
Lambada - Em
1984-90 antecedendo o surgimento da axé music, a lambada baiana
torna-se um dos mais populares estilos de dança brasileira atual a
misturar samba, maxixe e dança erótica. O maior sucesso é do grupo Kaoma
com Lambada, uma versão do tema latino Llorando Se Fue, do grupo Los
Kjarkas. Por falta de substância musical e limitação coreográfica, o
gênero tem breve período, mas provoca uma onda de escolas temporárias da
dança por todo o país.
Hip Hop - Em 1985,
Ainda no bojo da grande década do rock brasileiro, e pela primeira vez
em toda América Latina, a grande novidade norte-americana do movimento
hip hop com o rap, grafite e a breakdance, A partir daí, com a aceitação
gradual do novo movimento pela mídia, o hip hop cresceria firmemente em
importância e novos nomes, atingindo um de seus apogeus nos anos 90.
Axé Music - Em
1985, a música Fricote, do baiano Luiz Caldas, inaugura oficialmente o
movimento axé music. A axé music é caracterizada pelo forte uso da
percussão baiana como o repique, timbau e surdos. Em geral, as letras
falam da sensualidade do corpo, do requebrar dos quadris e de danças,
cheias de ironia e segundo sentido.
Pop Eletrônico - Quase
no final dos anos 90, presencia-se uma certa corrida à chamada música
pop eletrônica , mas novamente mais como efeito de arranjos musicais,
uma vez que o gênero tecno não admite vocal. À exemplo do que ocorre nas
grande capitais do mundo há dez anos, o Brasil começa a viver o auge do
culto aos DJs, que produzem as grandes festas ao ar livre chamadas de
raves, ou em casas noturnas, e lançam CDs com remixagens e temas de suas
preferências. A remixagem (o remix) é uma das manifestações mais
modernas do momento.